Compilei aqui o que de mais relevante realizei profissionalmente ao longo de 30 anos. É útil como portefólio, serve para os curiosos e também para me recordar dos que conheci na sua demanda por justiça. Muitos não obtiveram desfechos favoráveis, mas a sua história ficou registada. À medida que for tendo tempo, colocarei os processos judiciais de cada caso, de modo a que estudantes universitários possam ter um acesso facilitado à “law in action”, matéria-prima que raramente lhes é facultada.
1986
Expresso
Comecei no semanário Expresso (1986), num trabalho de verão, arranjado por uma amiga da minha mãe. Deram-me uma pilha de revistas estrangeiras para recortar fotografias de artistas e escritores, colá-las em fichas de cartolina, escrever os nomes e colocá-las, alfabeticamente, dentro das caixas metálicas do arquivo do jornal. No final desse verão, perguntaram-me se quereria experimentar escrever alguma coisa. Era assim que tantas vezes se começava no jornalismo.
1987
2020
1990
Miami Herald
Em 1991, com uma bolsa da Fundação Luso-Americana, estagiei 3 meses no gigante Miami Herald. Aprendi alguma coisa, acabei por publicar um artigo (South Florida: see it like a Portugueses Journalist) e trouxe um código de conduta que é um exemplo de clareza. Outros códigos de conduta que guardei: o da ANOP, o do Economist e o da Globo.
SIC
1992
Com um grupo de jornalista igualmente oriundos do Expresso (Paulo Camacho, Luís Marques, Ricardo Costa e Reinaldo Serrano), integrei, em 1992, a recém-criada SIC-TV, onde me especializei em jornalismo judiciário, beneficiando da vantagem de ser licenciada em Direito.
Na altura, lançaram-se programas de investigação marcantes, como Trial and Error, apresentado por David Jessel, que, mais tarde, se tornaria activista contra os erros judiciários. Já nos EUA, a criação da Court TV e o caso O.J.Simpson pontuaram uma nova era na cobertura noticiosa dos casos criminais. Pragmática, a análise de L.Shapiro (um dos advogados de O.J.Simpson) sobre a melhor forma de se lidar com a imprensa: Secrets of a Celebrity Lawyer.
Nessa época, em Portugal, foi o julgamento do Padre Frederico, acusado de homossexualidade e homicídio, que atraiu atenções. Seguiram anos de tensão entre a imprensa e os tribunais. A justiça ficou mais transparente, mas, por outro lado, tornou-se mais permeável à opinião pública (ver artigo "Os cúmplices da justiça").
AFFAIRE PINTO COELHO c. PORTUGAL (No 1)
2011
Nem sempre a linha que divide o direito à informação da que protege o bom nome, a imagem e a privacidade é fácil de traçar. Fui condenada, duas vezes, por abuso de liberdade de imprensa. Porém, recorri ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que me deu razão, tendo condenado o Estado português por violação do direito à informação.